Desejo que este espaço seja um local que você tenha prazer de participar, e que nossas trocas intelectuais, culturais, emocionais e espirituais resultem em acréscimo para todos nós.  A intenção deste blog também é de publicar algum artigo que você tenha produzido, para que todos aprendamos sobre os mais diversos temas. Enfim, que este seja um local
aconchegante para você.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Natal

Regina Medeiros Fabrício

Meus queridos amigos

Nós sabemos que esta história de presentes de Natal tem a ver
com o fato do nascimento de Jesus ter sido o grande presente de Deus para nós.
Em João 3:16 está escrito que Deus nos amou de tal maneira que deu o Seu Filho
Unigênito para que todo aquele que Nele crer não pereça, mas tenha a vida
eterna.
Então é um presente que, através da nossa fé, pode gerar Vida (Vida
eterna). Não conheço qualquer outro presente com esta possibilidade. Mas o que
eu queria comentar é sobre os presentes que deram a Jesus quando Ele nasceu
aqui entre nós. Lembram-se da visita dos magos (que foram adorar Jesus?).
Levaram ouro, incenso e mirra. Talvez a gente deveria dar algo parecido, e isso, no meu entender, poderia estar numa intimidade com Cristo verdadeiramente voltada para adorar o Pai.

OURO - Um produto valioso, que se dá para um Rei. O que é de mais precioso que
você tem?? (seu tempo, seu dinheiro, sua saúde, sua família??)

INCENSO - No Templo o incenso, produto caro, era queimado continuamente perante
Deus, sinal da comunhão com Ele e uma representação do arrependimento,
confissão e perdão dos pecados. O que seria na prática para nós hoje em dia
“queimar incenso” diariamente diante Dele, de manhã e à tarde? Permanecer
ligados a Ele, depender, reconhecer nossas falhas pedindo ajuda e perdão para
uma transformação também diária.... e por aí a fora....

MIRRA - uma goma odorífera muito cara que estava entre os melhores produtos
daquela época. Era um ingrediente do óleo da santa unção dos sacerdotes. Foi
um dos presentes ao nascimento, foi oferecida com bebida na cruz e foi uma das
especiarias usadas por ocasião do seu sepultamento Junto com a adoração, os magos deram o que tinham de melhor e mais valioso.

Então desejo que você aproveite o Natal para pensar sobre os presentes. Tanto no
que Deus nos deu (que depende da nossa fé para poder nos dar Vida Eterna), e também no que você poderia dar em troca!!!! Um excelente 2011!!!!
Um beijo e um grande abraço!

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

O Padre

Escrevi o texto abaixo em 27/12/2007, em homenagem
a meu dileto amigo Tarcísio de Nadal.
Agora, decorridos quase três anos, ele nos deixa e parte para
estar ainda mais próximo do Pai.
Penso que ficamos todos nós como que órfãos,
mas, em contrapartida, herdamos dele um aprendizado
de amor, sabedoria e abertura sobre a arte do perdão.
A alegria que permanece é a lembrança dos ricos diálogos
e profundidade das idéias, bem como, aconchego na espiritualidade
enraizada na riqueza da pessoa e do tesouro do coração de Cristo.
Pelo Nome Deste sabemos agora que Tarcísio já vê a Deus
face a Face.
Obrigada por tudo, Tarcísio.


Regina Medeiros Fabrício

Ela o conheceu numa missa da faculdade.
Já ouvira falar dele, mas somente agora ouvia a sua voz calma.
Olha para a imponência da sua altura como na visão idealizada de uma adolescente.
Crê piamente que ele tem as respostas para calar a infinidade das suas interrogações.
Se assim o fizesse, o admiraria menos.
Ele prefere o embate filosófico, crítico, questionador, e aumentar o rol das perguntas que não tem fim.
Uma resposta do que pensa é sempre um caminho de reticiências.
Isso evoca nela a urgência de encontros mais frequentes. Agora têm a companhia questionadora que no percurso, religioso ou não, sempre procurou.
É " a busca tateante do homem ", como ele escreve.
A procura é infindável, eterna.
Espiritualidade que tem sede contínua,
e ele responde :
" Bebereis das fontes ".
Sua alma se aquieta com o conselho voltado para a profundeza e magnitude da oração.Buscar Deus,
Nele se aninhar.
Sossego, sossego para a alma interrogante
da vida em abundância que foi prometida.
Está bem!Se não tens as respostas e ainda assim teu olhar não se perturba. Segue sendo verde, translúcido e calmo, e eu vejo nele um túnel de ironia,
estarei enganada ?
Cuida, daqui a pouco vou litigar contigo.
Já sei, não és Deus, nem semideus,
és homem como eu,
guerreiro em vigília permanente
no despertar do dia
ou no silêncio da noite,
junta-te a mim, o céu sempre é a testemunha muda
respondendo teimosamente com mais mistérios
se é ou não o nosso aliado
seja na alegria ou na tristeza.
Quero a tua parceria.Vem.
Se não tens as respostas, vem,
beija a minha mão.
Eu sou a papisa,vamos juntos beijar as asas dos anjos.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

O NATAL DO ENCONTRO INESQUECÍVEL

Regina M. Medeiros Fabrício

Naquela tarde de quinta-feira, 24 de dezembro de 2009, fui até o cemitério
levar flores para a minha mãe. Pensava nela e no amado da minha alma, sentindo
muita saudade de ambos e recordando os Natais compartilhados outrora.

Estava, portanto, muito triste quando inicia algo que contando, parece surreal.
Chega ao meu lado um senhor, funcionário da limpeza do Cemitério Sta Casa , com vassoura e pá.
_ Quem tens aí, filha?

_ Minha mãe...ela morreu em 2007, e agora eu não tenho mais o meu amor,
que foi meu noivo, e faleceu em julho, há 5 meses.
Ele sempre colhia flores aqui, enquanto eu falava com a minha mãe.

_ Aquele rapaz que vinha junto?! Mas....olha só, quando que se vai imaginar...
eu via vocês aqui, sempre juntos. Faz o seguinte, de noite, reza o terço, na cama, quando fores dormir.
Olha, minha filha, ontem, dia 23, fez 17 anos que eu perdi minha esposa,
ela me deixou com filhos pequenos, criei todos sozinho e agora até já me deram netos..

_ Ah, é mesmo, e quantos netos o senhor tem?
_ Seis.
_ E o senhor casou de novo?
_ Não, não quis casar, não quis ter compromisso, mas...sabe como é, né? (dando a entender que, às vezes, namora)

Esse senhor foi me distraindo, e conversando de um modo tão querido e manso,
que fui secando meu rosto das lágrimas num lenço.

_ Quando vieres aqui, me procura, meu nome é José.

Respondi: José é um nome de origem hebraica, e significa "Aquele que acrescenta".

_ Pois é, e ele era marceneiro, né? _ disse isso sorrindo, com a barba branca, e quando tira o boné diz que tem 63 anos. A cabeça, descoberta, mostra os cabelos brancos também. O rosto, bem redondo, era sorridente. Me pareceu bem emblemática a fisionomia dele, numa época de Natal...

_ Deve ser difícil trabalhar num lugar assim, onde se vê tanta tristeza.

_ Olha minha filha, é como num hospital, um dia um paciente tá ali, no outro dia já é outro.
Difícil para mim é quando é com criança.

_ Sim, como morrer um dia é certo, com adultos sabemos que é o tempo de cada um que vai passando, mas com criança realmente é mais sofrido, inesperado para as famílias.

_ É sim, é sim. Sabe, filha, eu trabalho aqui há muitos anos. Até já saí no jornal seis vezes!

_ Ah, é? Então o senhor está famoso!

_ Sei até bancar o Papai Noel, quer ver?

"Tá tristinha, minha filhinha, toma aqui, toma uma balinha".
(Aí passa para outra fala):
Também sei fazer: "HO HO HO"(balança o corpo e eu me vejo rindo)
e sei ainda dizer: "Vem cá, senta aqui, me conta como foi que você se comportou este ano..."

A essas alturas eu estava leve, rindo, e me dei conta que eu estava falando com o próprio
Papai Noel, em pleno cemitério, vazio nesse dia de uma tarde muito quente de Natal.
Ou, quem sabe, com um anjo?
Talvez, até mesmo, Deus.

Nos despedimos, eu me sentindo agraciada pelo céu, com a alma leve, leve...
Disse para ele: _Seu José, o senhor não sabe o quanto me "acrescentou"!
Ele, enquanto voltava pelo corredor para continuar seu trabalho, repetia:
_Tchau, mimosinha, tchau, mimosinha, não me leva a mal de te chamar assim,
é que eu gostei de ti, viu, e foi de bom coração!

Eu caminhava, sorria, abanava, me despedia.
"Deus, isso foi surreal, eu vivi, e foi maravilhoso!! " Pensava nisso enquanto caminhava, e olhando o relógio vi que haviam-se passado 26 minutos lá dentro.

Eu estive com o bom velhinho, e o velhinho bom , numa atitude terapêutica,
me aliviou o coração.
Mal ele sabe que eu sempre acreditei que Papai Noel existe, teime alguém em dizer prá mim que não!

(Tudo o que escrevi aqui não foi uma criação literária, me aconteceu na tarde de Natal
de 2009, e tornou-se inesquecível).
FELIZ NATAL!

A menina, o Papai Noel e a noite mágica de Natal

“Papai Noel chegou!", anuncia alguém.
Corre pela rua a menina feliz para alcançá-lo o quanto antes. Quer compensar o tempo da expectativa da espera. Olha-o encantada, corre e corre ao seu encontro.
Os cabelos morenos cacheados, soltos ao vento, balançam ritmados. Juntam-se a ela outros pequenos em bandos, e ela permanece sendo a mais veloz.

Papai Noel sente-se rejuvenescido no seu cansaço vendo a alegria da menina sorridente que se aproxima cada vez mais. Vem exultante, já o alcança. O abraço que o envolve é grande e tão apertado quanto conseguem seus braços aos quatro anos de idade. Os olhos fechados para eternizar na memória o momento, as pálpebras maquiladas com a sombra brilhante que passara com o cuidado da vaidade feminina e infantil.

Conta ele mais tarde estar “chegando da Sibéria", e que ter visto aquela criança em especial convidando-o para entrar na sua casa deu “muito mais significado à sua vinda". Ele entendeu a dimensão da visita quando, no pátio da residência iluminada e decorada, viu a mesa que ela preparou na casa de bonecas, onde aquela menina recebe personagens encantados dos seus castelos de príncipes e princesas.

O tempo corre no relógio, marcando o riso daquelas horas. Na alma dos adultos a viagem de cada um nas lembranças dos Natais da infância preparados com tanto zelo e amor por seus pais. Hoje eles repassam a seus filhos a herança recebida sobre uma noite de encanto.

As crianças abrem com pressa os embrulhos dos presentes, o sorriso aberto pelo desejo atendido.

A chuva aguardou o tempo certo para refrescar a noite. Veio a ceia de confraternização. No coração de todos a oração consagrada aos seus amores, qual seja, graça recebida do alto, lá onde cintila a estrela mais importante, porque faz parte da história desta família que está reunida.

Papai Noel se despede. Beija a menina.
Ela pergunta para a tia:
-"Meus olhos estão lindos?", fechando-os para mostrar a sombra luminosa adornada pelos cílios longos, fartos e curvos.
Respondo:
-“Sim, estão maravilhosos.”
Ela me olha com um brilho sem igual no olhar, e nele cintilou a estrela brilhante que ensinou a ser o Natal tão mágico, feliz e encantado.

A menina dormiu o sono doce, com o sorriso nos lábios que têm todos os inocentes.

Regina Fabrício

O Natal da Branca de Neve

Aquela menina de imensos olhos – e de um quieto e manso olhar - perdeu a quietude quando chegou o Papai Noel.

Todos lhe falaram, em contos de Natal, que ele é um bom velhinho. Mas ela tem só dois anos e, pelo certo, pelo errado, foi para o colo seguro que é o pai que lhe pode dar.

Papai Noel, roupa vermelha, barba branca, com sua voz rouca dizendo “ho,ho,ho", é tudo que consegue vislumbrar.
Como saber se é bom esse velhinho?
Ele estende tantos presentes bonitos que seu coração desejava, vai ver que é bom esse senhor.

Os primos maiores parecem com ele tão à vontade, talvez assim também possa se sentir.

O tio querido lhe pega no colo. A voz grave traz para ela a poesia dos contos de fadas.
Nos seus braços está tão segura que arrisca um beijo na bochecha enrugada do Papai Noel.

Diante dos presentes está tão fascinado o seu olhar que é perceptível o encantamento que tem esta noite, tão diferente, por algum motivo, de todas as outras.

Ela parece a Branca de Neve… tez tão branca, cabelo tão moreno.
Todos que a rodeiam são tão altos… onde estão os sete anões ?

Tão faceira acompanha a brincadeira dos primos maiores, é “a pequena".
Corre, rindo, atrás de todos eles, para a casa do vizinho. Por que será que eles correm para lá?
O caminho tem enfeites com luzes e fitas, será que é para saber por onde voltar? Já lhe contaram sobre isso na história do Joãozinho e Maria e a vó também fazia assim para ensinar às crianças como encontrar os ninhos de Páscoa. Parece um mundo encantado.

Riso permanente, vestido branco de laços e flores cor de rosa, mais parece uma princesa.
Não traz alvoroço à festa, mas marca de forma tão definitiva sua presença que, à sua passagem, é como se entrasse uma Rainha .
Tem tal magnetismo sua presença que dela não consegue se desprender nosso olhar.
Seus olhos nos interrogam com uma urgência de perguntas, respondidas com sorrisos e caretas que gosta de imitar. Fita com seus grandes olhos castanhos cada presente que vislumbra que, quietinha, responde só sorrindo para os rostos conhecidos que desejam perceber se está feliz.

Nos braços amorosos da tia que a abraça com tanto carinho e aconchego, que enfeitou a casa para o Natal com tanta fantasia e encantamento, parece dizer, no coração quieto e também repleto de emoções:


“Natal é uma coisa tão boa
Adoro Papai Noel.
Essa música é tão bonita
que agora eu vou dançar.”


Regina Fabrício

terça-feira, 14 de dezembro de 2010




A todos os nossos amigos colorados,
à Presidência e Direção do Sport Club Internacional,
aos profissionais que demonstraram seu valor tendo chegado à competição
em ABU DHABI,
e em especial ao meu pai, Newton Furtado Fabrício

" Bom mesmo é ir à luta com determinação,
abraçar a vida e viver com paixão,
perder com classe e vencer com ousadia,
porque o mundo pertence a quem se atreve
e a vida é muito para ser insignificante".

CHAPLIN


Regina Fabrício
Psicóloga das Categorias de Base do Inter

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

EU AJUDEI A DESTRUIR O RIO!

Fonte: Jornal de Brasília

Sylvio Guedes, editor-chefe do Jornal de Brasília, critica o "cinismo"
...dos jornalistas, artistas e intelectuais ao defenderem o fim do poder
paralelo dos chefes do tráfico de drogas. Guedes desafia a todos que
"tanto se drogaram nas últimas décadas que venham a público assumir:
eu ajudei a destruir o Rio de Janeiro".

Leia o artigo na íntegra:

É irônico que a classe artística e a categoria dos jornalistas estejam
agora na, por assim dizer, vanguarda da atual campanha contra a
violência enfrentada pelo Rio de Janeiro. Essa postura é produto do
absoluto cinismo de muitas das pessoas e instituições que vemos
participando de atos, fazendo declarações e defendendo o fim do poder
paralelo dos chefões do tráfico de drogas.

Quando a cocaína começou a se infiltrar de fato no Rio de Janeiro, lá
pelo fim da década de 70, entrou pela porta da frente. Pela classe
média, pelas festinhas de embalo da Zona Sul, pelas danceterias, pelos
barzinhos de Ipanema e Leblon. Invadiu e se instalou nas redações de
jornais e nas emissoras de TV, sob o silêncio comprometedor de suas
chefias e diretorias.

Quanto mais glamuroso o ambiente, quanto mais supostamente
intelectualizado o grupo, mais você podia encontrar gente cheirando
carreiras e carreiras do pó branco. Em uma espúria relação de
cumplicidade, imprensa e classe artística (que tanto se orgulham de
serem, ambas, formadoras de opinião) de fato contribuíram enormemente
para que o consumo das drogas, em especial da cocaína, se disseminasse
no seio da sociedade carioca - e brasileira, por extensão. Achavam o
máximo; era, como se costumava dizer, um barato.

Festa sem cocaína era festa careta. As pessoas curtiam a comodidade
proporcionada pelos fornecedores: entregavam a droga em casa, sem a
necessidade de inconvenientes viagens ao decaído mundo dos morros,
vizinhos aos edifícios ricos do asfalto.

Nem é preciso detalhar como essa simples relação econômica de mercado
terminou. Onde há demanda, deve haver a necessária oferta. E assim,
com tanta gente endinheirada disposta a cheirar ou injetar sua dose
diária de cocaína, os pés-de-chinelo das favelas viraram barões das
drogas.

Há farta literatura mostrando como as conexões dos meliantes
rastacuera, que só fumavam um baseado aqui e acolá, se tornaram
senhores de um império, tomaram de assalto a mais linda cidade do país
e agora cortam cabeças de quem ousa lhes cruzar o caminho e as exibem
em bandejas, certos da impunidade.

Qualquer mentecapto sabe que não pode persistir um sistema jurídico em
que é proibida e reprimida a produção e venda da droga, porém seu
consumo é, digamos assim, tolerado. São doentes os que consomem. Não
sabem o que fazem. Não têm controle sobre seus atos. Destroem
famílias, arrasam lares, destroçam futuros.

Que a mídia, os artistas e os intelectuais que tanto se drogaram nas
três últimas décadas venham a público assumir:

"Eu ajudei a destruir o Rio de Janeiro."
Façam um adesivo e preguem no vidro de seus Audis, BMWs e Mercedes.